segunda-feira, 15 de abril de 2013

Festival do cavalo árabe

                                      O Cavalo árabe

A ORIGEM
A origem do cavalo árabe, depois de muitas pesquisas e de divergências históricas, continua sem uma prova definitiva: teria sido uma espécie selvagem que assumiu com o tempo sua forma, originária de cruzamentos entre outras? Teria o homem interferido nessa formação? A questão permanece envolta em mistério. Na verdade a primeira imagem aparece num baixo relevo egípcio do século 16 antes de Cristo.
A Cavalo Árabe de hoje tem uma cabeça pequena e côncava, pescoço arqueado, linha de garupa horizontal e cauda levantada de inserção alta. Estas características foram mantidas até hoje, através de 36 séculos. Quem poderá realmente dizer quantos outros se passaram até que estas características tivessem sido adquiridas e fixadas.
Não existe dúvida de que é a raça mais antiga do mundo, e a nenhuma outra se pode comparar em conformação, equilíbrio e beleza. Mas não foi por essas qualidades que durante 3500 anos o cavalo árabe foi tão apreciado: foi por sua extraordinária capacidade como cavalo de guerra. Pela velocidade, resistência, agilidade e inteligência.
O poderio dos impérios e de seus exércitos foi cada vez mais baseado na cavalaria. E pouco a pouco, a cavalaria ligeira ultrapassava em muito a pesada, com armaduras e armas de maneio lento. Os guerrilheiros montados em "cavalos que voavam nos pés" tornavam-se famosos e muito temidos.
Em 700 a.C. havia uma procura generalizada deste tipo de cavalo. Guerras eram iniciadas com o único fim de obtê-los em maior número possível. As lutas se sucediam entre assírios, persas, povos das estepes, em torno do mar Vermelho, até o Egito. Em selos, jóias, relevos e pinturas, encontramos a mesma imagem do cavalo árabe característico através dos séculos.
A lenda conta que Maomé, depois de uma longa caminhada, mandou que soltassem os animais para tomar água. Antes que eles chegassem ao lago, ele os chamou de volta, e apenas cinco éguas pararam, e em vez de matar a sede voltaram atendendo ao chamado do profeta. Ele abençoou estas cinco éguas, e delas se formaram as cinco linhagens famosas.
Porém, todas as referências citam apenas Kehilan Ajuz, que se confunde com o termo "puro". Portanto, todas as linhagens formaram-se a partir de Kehilan Ajuz. Somente em 1800 temos como definitivo a existência das várias linhagens: Kehilan, Seglawi, Maneghi, Abeyan, Dahman. Porém para os beduínos "são todos Kehilan".
Apesar de haver descrições, com características diversas, destas linhagens, notamos com surpresa que elas são continuamente cruzadas entre si, tornando difícil seu reconhecimento. Mais tarde, as tribos de beduínos criaram sublinhagens, isolando pela distância suas tropas.

GRANDES STUDSS
A paixão pelo cavalo levou faraós, reis, imperadores e uma série de homens poderosos a colecionar o que havia de melhor. Preços fabulosos, resgates de príncipes, e mesmo cidades inteiras foram trocados por esplendidos animais, quando não eram arrancados a preço de sangue.
Depois do esplendor dos faraós, temos notícia dos grandes studss nos séculos 13 e 14, como Baybards, o sultão que mandava colocar sedas preciosas no chão para que seus cavalos desfilassem. O sultão Nacer Ibn Kalaoun (1300 d.C.) pagava fortunas pelos animais, trazidos de todos os cantos do seu reino como sendo os mais perfeitos: uma potranca, filha da égua El Karta, foi paga com cem mil dracmas em ouro, mais uma parte em terras na Síria (Este valor em dracmas daria hoje mais de 5,6 milhões de dólares).
A pele pigmentada de amarelo-alaranjado e a pigmentação escura nos olhos são um muito úteis nos climas tropicais, onde a pigmentação da pele protege o úbere da Quando o sultão Barkuq faleceu (século14) haviam sete mil éguas em suas cocheiras. Depois o Egito foi subjugado por invasores e os grandes studs voltam a aparecer com Mohammed Ali, em 1805. Até então, as tribos nômades, permanentemente em guerra, mantêm suas éguas como parte da família, alimentando-as com tâmaras e leite de camelo, e dormindo em sua tenda. Por esta razão os animais dóceis foram preservados.
O beduíno tem o cavalo como parte de sua vida e sobrevivência. E assim o cavalo árabe vai sendo preservado através das idades, passada a tradição de pais a filhos, como o fogo conservado com tanto sacrifício entre os homens primitivos.
Em 1815 Mohammed Ali, um dos chefes turcos que então dominavam o Egito, mandou um exército chefiado por Ibrahim Pasha, seu filho, contra o poder crescente dos wahabis, em Nejd. Depois de bem-sucedida essa invasão, Ibrahim Pasha voltou para o Egito trazendo consigo duzentas esplêndidas éguas e os garanhões capturados em Ryad e outras cidades do Nejd. Estes magníficos animais representavam o sangue mais puro das tribos do deserto e foram aumentar a glória dos estábulos reais de Mohammed Ali.
Uma segunda expedição, mais organizada, também comandada por Ibrahim Pasha, penetrou novamente na Arábia capturando Touryf, e com isto, ostud inteiro de Saoud, o rei wahabi. Estes animais deram a Ibrahim Pasha a possibilidade de estabelecer seu própriostud. Assim o Egito possuía novamente dois grandes criatórios, com o material melhor e mais refinado da Arábia.
Os viajantes no Egito que tiveram o privilégio de visitar os studs de Mohammed Ali e Ibrahim Pasha eram unânimes em constatar a beleza espetacular dos animais ali reunidos. Porém, as condições em que estes animais eram mantidos deixavam os visitantes indignados. Estábulos pouco ventilados e sujos, com poucos homens para cuidar; na maioria garotos, que além de não os soltarem nem cuidarem da limpeza, ainda roubavam a comida destinada aos animais. Muitos morreram e pouco a pouco a qualidade foi decaindo. Alguns foram enviados como presentes a príncipes estrangeiros, mas o destino cuidou para que tudo não fosse perdido.

ABBAS PASHA
O neto de Mohammed Ali, quando criança, tinha assistido à procissão triunfal do exército de Ibrahim Pasha entrando no Cairo com a fina flor das éguas do deserto, e em seu peito nasceu uma paixão que durou toda sua vida por estes maravilhosos animais. Desde então, tentou reunir, e conseguiu, um grande número de éguas e cavalos de várias proveniências, animais estes que despertavam aquela grande admiração que ele sentira em criança. Durante o declínio dos studs de seu tio e seu avô, comprou tudo o que foi possível.
Em 1836, com 23 anos, Abbas Pasha tornou-se vice-rei do Egito. Abbas Pasha mandou construir um magnífico palácio no deserto Dar al Bayda, entre Cairo e Suez, com todo o cuidado para o bem estar de seus cavalos. Dizem os que o visitaram que em seus melhores tempos ostud compreendia mil animais, das mais nobres e refinadas origens. Abbas Pasha morava neste palácio, e assim podia passar o dia entre os jardins, alegrando seus olhos perante a visão de seus esplêndidos animais.
A importância dostud de Abbas Pasha é a maior, na história do cavalo árabe. A pureza racial, o refinamento, a beleza e a perfeição dos espécimes por ele reunidos é reconhecida por todos. Sua exigência quanto ao pedigree, que naquela época não costumava ser escrito, obrigou um estudo de genealogias para garantir a pureza racial da qual ele fazia questão absoluta. Foi feito o primeiro Stud Book: Abbas Pasha.Tudo parecia indicar que o futuro seria brilhante. Mais uma vez o destino mudou o rumo e em 1854 Abbas Pasha foi assassinado.
Este vice-rei de Egito foi um dos maiores conhecedores da raça árabe. A dedicação de sua vida inteira e o cuidado com que seus animais foram escolhidos; seus manuscritos, tornando possível o conhecimento de todas as linhas de sangue - que eram transmitidas oralmente entre os membros das tribos -, tudo foi anotado por um escriba de confiança, acompanhado por alto dignitário de sua majestade. Portanto, pode-se considerar, sem dúvida alguma, que os únicos cavalos de pureza inquestionável foram os de Abbas Pasha.
Enquanto os relatos de visitantes em outros studs historicamente famosos descrevem a velocidade e as vitórias em corrida, os que puderam ver os cavalos de Abbas Pasha descrevem apenas a extraordinária beleza e majestade destes animais. El Hami Pasha herdou o reino de seu pai e ostud, mas não tendo o talento necessário, não pôde manter este estabelecimento e morreu três anos depois. Para pagar suas dívidas, o tesouro inestimável da coleção fantástica de seu pai foi a leilão. Reis e príncipes europeus enviaram representantes, ou vieram pessoalmente, assim como vários nobres, ansiosos para enriquecer seus estabelecimentos com os melhores espécimes do mundo. Preços incríveis foram atingidos, e mais ou menos duzentos animais foram para vários países: Itália, Alemanha, França, Polônia, Hungria.
O grande interesse em torno das corridas tornava necessário o cruzamento repetido com sangue árabe do deserto, e cada país seguia uma orientação diferente. Porém, a influência destes animais, utilizados desta maneira, foi se diluindo e nada foi conservado em termos puros. Felizmente, um jovem de família nobre do Cairo, admirador e profundo conhecedor dostud de Abbas Pasha, arrematou as mais valiosas linhas de sangue no leilão. Ali Pasha Cheriff, um dos mais ricos proprietários de terras do Egito, entusiasmado com os melhores garanhões e as mais belas éguas que comprara, estabeleceu sua própria criação, agora governador da Síria.
Durante os anos subseqüentes, Ali Pasha Cheriff devotou sua fortuna pessoal e todo o seu conhecimento ao estabelecimento. Seu maior prazer era manter as suas éguas tratadas como princesas orientais em harém: elas desfilavam, maravilhosas, banhadas, penteadas e enfeitadas com cabrestos preciosos, somente para seus olhos. Porém, quando o Pasha envelheceu, seus filhos conspiraram contra ele e achando que sua fortuna fabulosa estava sendo desperdiçada, decidiram vender ostud. Ali Pasha Cheriff, algumas semanas depois, com o coração despedaçado ao ver seus animais irem a leilão, não resistiu e morreu, terminando assim, para sempre, a magnificência dos grandes studs do Oriente Médio. 


O CAVALO DO BEDUÍNO
Muitas das atuais características do cavalo árabe resultam de sua adaptação ao deserto. São, com certeza, aspectos de sua conformação primitiva que foram privilegiados, selecionados e desenvolvidos com grande sabedoria pelos beduínos. Isso foi realizado com tal maestria através de conceitos e ensinamentos passados de geração para geração durante milênios, que nenhum hipólogo ou compêndio sobre eqüinos se recusa ou mesmo titubeia em afirmar que o Puro Sangue Árabe é o mais perfeito animal e o verdadeiro protótipo do cavalo de sela.
Os olhos - Os olhos do cavalo árabe são típicos de muitas espécimes de animais do deserto. Grandes e salientes, eles são responsáveis por prover o animal de uma excelente visão, a qual alertava os primitivos cavalos Árabes dos ataques de seus predadores.
Narinas - As narinas do cavalo Árabe que se dilatam quando ele corre ou está excitado, proporcionam uma grande captação de ar. Normalmente as narinas se encontram semi-cerradas reduzindo a poeira proveniente da respiração nos climas mais secos como no deserto.
Maxilares - O tamanho e a grande separação entre os maxilares ou ganachas no cavalo Árabe proporcionam um bom espaço para a passagem de sua desenvolvida traquéia - provavelmente esse é um outro fator de adaptação para aumentar a captação de ar.
Carregamento de cabeça - O carregamento natural de cabeça do cavalo Árabe é muito mais alto do que qualquer outra raça, especialmente ao galope. O alto carregamento da cabeça facilita a passagem do ar, abrindo as flexíveis narinas e alongando a traquéia. É comprovado que os cavalos Árabes possuem maior número de células vermelhas que as outras raças, o que pode indicar que o cavalo Árabe usa o oxigênio mais eficientemente.
Pele - A pele negra por debaixo dos pêlos do cavalo Árabe é visível devido à delicadeza ou ausência de pêlos em torno dos olhos e focinho. Essa pele escura em torno dos olhos reduz o reflexo da luz do sol e também protege contra queimaduras. A fina pele do cavalo Árabe proporciona a rápida evaporação do suor resfriando o cavalo mais rapidamente.
Irrigação Sanguínea - As veias que se tornam visíveis por saltarem à flor da pele quando o cavalo Árabe enfrenta um grande esforço físico, em contato com o ar, resfriam rapidamente a circulação sanguínea, proporcionando maior conforto em longas jornadas.
Crina - Os pêlos da crina são normalmente finos e longos, protegendo a cabeça e o pescoço da ação direta do sol. O longo topete na testa também protege os olhos do reflexo e da poeira.
Focinho - O pequeno e cônico focinho também deve ser creditado de sua herança do deserto. A escassez de alimentos deve ter reduzido o focinho para o admirado tamanho e formato de hoje. Os finos e ágeis lábios provavelmente são resultados dos ralos pastos do deserto. Os cavalos dos beduínos pastoreavam apenas esporadicamente comendo poucos chumaços de grama aqui e ali, enquanto seguiam em suas longas jornadas. Lábios ágeis podem rapidamente se prover de pequenas porções de ralas gramas e ervas.
Estrutura Óssea - É fato que muitos cavalo Árabes possuem apenas cinco vértebras lombares, diferentes das seis comuns em outras raças. Essa vértebra a menos explica o pequeno lombo e a resultante habilidade em carregar grandes pesos proporcionalmente ao seu tamanho. No entanto, modernas autoridades do cavalo Árabe, como Gladys Brown Edwards, afirmam que não são todos que possuem cinco vértebras, muitos possuem o padrão de seis vértebras. Até hoje não é sabido qual número mais comum de vértebras no cavalo Árabe e não há evidência de que o Árabe que possui cinco seja mais puro ou mais desejável do que o que possui seis.
Carregamento da Cauda - O alto e natural carregamento da cauda é resultado da singular estrutura óssea do cavalo Árabe. A primeira vértebra da cauda, que se liga à parte interna da garupa é levemente inclinada para cima, ao contrário de outras raças que se inclina para baixo.
A cabeça - A distinta beleza do cavalo Árabe é uma das principais marcas do tipo da raça. O clássico perfil é marcado por duas características: jibbah e afnas, muito admiradas pelos beduínos.
Jibbah - é a protuberância acima dos olhos. Nem todos os cavalo Árabes maduros possuem, mas ele é óbvio nos potros. O Jibbah aumenta o tamanho da cavidade nasal proporcionando maior capacidade respiratória.
Afnas - O afnas é a chamada "cabeça chanfrada". O chanfro é a depressão no osso frontal da cabeça entre os olhos e o focinho, ele apresenta uma curva côncava no perfil da cabeça. Embora o Afnas fosse admirado pelos beduínos como um aspecto de beleza, nem todos os seus cavalos possuíam o chanfro pronunciado, da mesma forma que hoje nem todos os modernos cavalos Árabes possuem esse perfil. Mas uma cabeça é considerada boa e típica quando possui:
  • olhos grandes, salientes, bem separados e situados logo abaixo da testa;
  • testa larga;
  • narinas grandes e flexíveis;
  • cabeça descarnada e seca;
  • a expressão geral é alerta, inteligente e vivaz.

  • Os chamados "olhos humanos" ou "branco nos olhos" no qual é visível a esclerótica branca em torno da íris é um ponto polêmico na criação do cavalo Árabe. Margaret Greeley em seu livro "Arabian Exudus" cita Wilfrid Blunt afirmado que o branco nos olhos não era um sinal de mau temperamento, pelo contrário, era uma característica desejada pelos beduínos. Muitos juízes e criadores modernos, no entando, desgostam e penalizam os cavalos que possuem essa característica a despeito do fato dela aparecer em certas antigas e valiosas linhagens.


    O CAVALO ÁRABE NO BRASIL
    Embora oficialmente a criação brasileira do Cavalo Árabe tenha começado no Rio Grande do Sul em 1929, com o registro do garanhão Rasul, importado da Argentina por GUILHERME ECHENIQUE FILHO, existem informações seguras de que muitos cavalos Árabes chegaram ao país bem antes disso. OSWALDO GUDOLE ARANHA, emérito criador e presidente da ABCCA entre os anos 1975 a 1977, em seu artigo no primeiro volume do Registro Genealógico do Cavalo Árabe (Stud Book) lembra que DOM PEDRO I proclamou a Independência do Brasil no dorso de um Cavalo Árabe e a belíssima obra do pintor que está exposta hoje no museu do Ipiranga na cidade de São Paulo é uma prova concreta desse fato.
    OSWALDO ARANHA cita ainda registros de importações de cavalos Árabes em 1826, 1837, 1859, 1885 e destacando como sendo uma das mais importantes a realizada em 1894 pelo famoso estadista JOAQUIM FRANCISCO DE ASSIS BRASIL que trouxe Amir, Maalek e Mazir, três importantes reprodutores nascidos no próprio deserto e que impressionaram muito as autoridades na época. Depois disso importações da raça realizadas pela Remonta Militar do Exército, pelo Departamento Animal do Ministério da Agricultura e até mesmo por fazendeiros passaram a ser constantes, mas o interesse dos importadores era o de usar o Cavalo Árabe apenas como regenerador do plantel local. O grande mérito da criação regular do Cavalo Árabe no Brasil se deve ao gaúcho GUILHERME ECHENIQUE FILHO que importou da Argentina o garanhão Rasul e sete éguas puras, registrou-os todos num livro de registros aberto a todas as raças bovinas e eqüinas no Rio Grande do Sul e deu início à criação do Haras Er Rasul, uma homenagem a seu primeiro garanhão.
    O primeiro Puro Sangue Árabe brasileiro nasceu em 15 de Outubro de 1929. Era uma fêmea, registrada com o número 8 no livro de Registro e o brasileiríssimo nome Airé, filha de Risfan e que veio no útero de Racbdar, uma das sete éguas importadas por Echenique.
    Durante os dez primeiros anos de vida da criação de Cavalos Árabes devidamente registrada no Brasil, apenas as Coudelarias Nacionais de Saycan e de Rincão, além da família Echenique, todos sediados no Rio Grande do Sul, registraram 160 animais. Em 1941 o Departamento animal do Ministério de Agricultura, sediado em São Carlos-SP realizou uma grande importação de Cavalos Árabes. Chegaram da França quatro garanhões e 13 éguas dando início a uma das mais importantes criações brasileiras da época. Em 1955, haviam apenas 620 cavalos Árabes puros registrados, por apenas 4 criações quando o Ministério da Agricultura, através de seu departamento de Campo Grande no Mato Grosso do Sul, deu início a sua criação a partir de cavalos levados de São Carlos. Até à década de 60 os principais criadores brasileiros continuavam sendo o Ministério da Agricultura, o governo do Rio Grande do Sul e família Echenique que registraram juntos mais de 98% dos cavalos da época. Fora isso três criadores do Rio Grande Sul influenciados por Echenique e quatro criadores de São Paulo levados pelo Departamento Animal de São Carlos registram animais. Praticamente toda a produção era dirigida para a utilização nos Regimentos de Cavalaria do Exército e para a regeneração de tropas de fazendeiros através de postos de monta.
    A criação do Cavalo Árabe no Brasil começou realmente a mudar quando em 1964, Dr. Aloysio de Andrade Faria importou três garanhões e seis éguas dos Estados Unidos, fundou a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Árabe e reuniu os registros do Rio Grande do Sul e de São Carlos no Stud Book Brasileiro do Cavalo Árabe.
    Com a criação brasileira organizada e começando a realizar encontros e exposições, leilões e importações bastaram apenas dez anos para que o número de cavalos atingisse o mesmo número que demorou 35 anos para serem registrados. Essa nova fase da criação brasileira foi até o início da década de 90, foi marcada pelas grandes importações e pela difusão da raça em todo o território Nacional. Chegaram ao Brasil Campeões Nacionais Americanos e Canadenses, reprodutoras de campeões e o Cavalo Árabe passou a ser criado em treze estados brasileiros.
    Hoje, quase um século após o primeiro registro de um Cavalo Árabe no Brasil, a criação brasileira exporta cavalos Árabes para países da América do Sul, América do Norte, Europa, Oriente Médio e Austrália e é reconhecida como uma das mais importantes criações do mundo. Tem cerca de 35 mil cavalos puros registrados, 3241 haras inscritos no Stud Book e é uma das mais destacadas raças no país.

    Não mau trate animais bons, com bom coração. 

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